terça-feira, 29 de junho de 2010

MUKIXI WA CIHONGO



"O mukixi wa Cihongo representa o poder masculino, a virilidade, a prosperidade e a autoridade pelo que, em tempos passados, esta máscara era mesmo de utilização restrita aos chefes tradicionais, seus sobrinhos e filhos, que a utilizavam para recolher tributos para o soba da área com a promessa deste os proteger espiritual e militarmente.
Actualmente esta máscara pode ser usada por um indivíduo que não seja proveniente das linhagens do poder o qual deve, no entanto, ser um bailarino talentoso, pois a sua dança é dentre todas as danças cokwe, aquela que maior grau de dificuldade apresenta na sua técnica de execução, dada a complexidade dos passos e as exigências de coordenação entre as distintas partes do corpo.
Cihongo é a máscara mais apreciada, dada a exuberância dos seus movimentos. Assim como Mwana Phwo, Cihongo é um mukixi a kuhanganaou máscara (mascarado) de dança; o homem que a usa é sempre um profissional de dança ou mukwa kukina."
Fonte do texto on-line, acesse aqui.
Fonte da imagem: cti.itc.Virginia


Para mais informações sobre a cultura cokwe (língua, máscaras, dança, etc.) visite o site http://www.tucokwe.org/, um site - projeto sob a Direção Temática de Ana Clara Marques Guerra e Direção Técnica de António Antunes Araújo. 

terça-feira, 22 de junho de 2010

Ana Clara Guerra Marques

Bailarina, Coreógrafa, Professora e Investigadora


NUM PASSO DE DANÇA
Ela é a maior referência da dança angolana. Fez de tudo nesta expressão artística. Um trajecto difícil que lhe dá hoje o reconhecimento de ser ímpar na cultura do nosso país. Mas ainda está longe do fim da caminhada…
Ana Clara Guerra Marques está a reactivar a Companhia de Dança Contemporânea de Angola, fundada por si em 1991, presente na Expo 92, em Sevilha, e que estava “adormecida”. “Na verdade não era uma coisa que passasse pela minha cabeça naquela altura. Estava a fazer outras coisas dentro da minha ligação profissional ao Ministério da Cultura, sendo que no mundo da dança já tinha feito tudo. Ou pensava isso. Fui desafiada pelo Mário Tendinha para o projecto artístico Oratura dos Ogros ao Fantástico, que incluía a dança e, em poucos segundos, tudo mudou. Não foi preciso dizer mais nada. Comecei à procura de pessoas para trabalhar e depois da exposição, decidi que estava na altura de reactivar a CDCA. Dando seguimento ao trabalho que tínhamos feito para a exposição do Mário Tendinha”, explica a bailarina e coreógrafa.
Tal como em muitas outras coisas que fez na sua vida, segue o seu instinto e a sua vontade. Ela é assim, decidida e convicta. “O grupo que estou a trabalhar resulta de rapazes que vieram de diversos lados. Uns do IACA, outros que me apresentaram, ainda outros que conhecia e que tinham muita vontade de dançar. Não tinham formação em dança clássica, mas uma enorme vontade de aprender. E na verdade, quando queremos somos invencíveis. Digo sempre isto ao meu grupo”, explica com uma postura clara, acrescentando, “A dança tem que ser abordada com rigor profissional. É necessário ter disponibilidade para trabalhar muito, repetir gestos até se atingir a perfeição. Tem que ser abordada de uma forma séria. Isso de que nascemos com o talento cá dentro e depois é só deixar sair, não é verdade. É necessária muita transpiração para que as coisas resultem”, diz convicta Ana Clara Guerra Marques.
As palavras saem-lhe com naturalidade. Fala do que conhece. Atrás da sua postura estão muitos anos de ensaios. Muitos espectáculos feitos, por vezes com condições mínimas, onde era necessário para além do talento, vontade e discernimento para arranjar as soluções que permitiam as apresentações públicas. “Repito aos meus bailarinos que eles não são uns quaisquer. Não para que se tornem vaidosos, mas para que tenham uma postura profissional. Isso tem a ver com os horários, com a forma com estão em cada ensaio, pelo interesse que mostram na compreensão deste ou daquele gesto. Têm que perceber o que estão a fazer. Não quero “fabricar bailarinos-máquina”. Têm que gostar do que fazem”.
TRABALHO E VONTADE
Quando fala, Ana Clara Guerra Marques segue o ritmo das palavras com os braços. Os gestos reforçam as ideias que transmite com clareza e transparência. Ao fundo, os olhos confirmam a convicção do seu discurso. “No Dia Internacional da Dança juntei aqui em casa o meu grupo e estivemos a ver algumas imagens em DVD. Quando olhamos para os melhores bailarinos clássicos, para a facilidade com que se movem no palco, para aqueles grandes saltos que conseguem fazer, eu explico que atrás de cada daqueles gestos, estão muitos anos de trabalho. Possivelmente eles nunca vão conseguir fazer aquilo porque lhes falta formação de base. Mas atrás da técnica está a vontade em poder fazer melhor todos os dias. E isso, eles têm. Ao fim de quase um ano de trabalharmos juntos, evoluíram bastante. Dominam o corpo e a tendência será sempre melhorar. Estou muito satisfeita com eles. Por isso, julgo que está a chegar a altura de mostrarmos ao público o que andamos a ensaiar há tantos meses”.
A Companhia de Dança Contemporânea de Angola está novamente pronta a sair para a rua. Os espectáculos estão agendados para Setembro, nove espectáculos em três fins de semana, a acontecer no Nacional Cine Teatro. Um momento que servirá também de exame para a “artista”, tendo em cima de si as luzes daqueles que gostam do seu trabalho, mas também dos que nunca facilitaram a sua carreira. “Na verdade não me preocupa muito o que as pessoas pensam. A arte é assim. Nós fazemos as nossas opções estéticas de acordo com o que sentimos. O importante é que eu goste do espectáculo. Muitas vezes as obras de arte não são apreciadas no seu tempo e no seu local. Só mais tarde e mais longe. O contrário também é verdade. Grandes sucessos momentâneos, que desaparecem rapidamente. Mas essa não é a minha preocupação. Também sei que tudo o que é novo, choca as pessoas. Mas sei que vai ser um bom espectáculo”, confirma com convicção.
Quando avança para um espectáculo, Ana Clara Guerra Marques sabe que nada será simples. Para além de coreógrafa, tem que vestir a pele de técnica de som, de responsável das luzes, de responsável pela sala, de criadora dos cenários, etc., etc., etc. “Sei que de acordo com as condições do país, temos que ser muito mais versáteis se queremos montar um espectáculo. Não podemos assumir uma função apenas e esperar que tudo se resolva. Faltam bons técnicos em cada uma das vertentes, mas isso não acontece apenas no mndo do espectáculo. É resultado do trajecto do nosso país, que teve outras preocupações durante muitos anos, sendo que só agora começa a estabilizar. Estamos a evoluir e a avançar em todas as áreas. Por isso não tenho nenhum problema quando me falam de todas as actividades que temos de desenvolver até chegar à construção final do espectáculo. A nossa história explica-nos isso e preparou- -nos para esses desafios”.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Conferencistas



Benjamin Abdala Junior
É professor titular da FFLCH da Universidade de São Paulo. Pesquisador 1 A do CNPq, foi adjunto de representante e representante interino da área de Letras e Lingüística da CAPES; atualmente, é representante dessa área e membro do Conselho Técnico-Científico dessa agência do MEC. Ex-presidente da Associação Brasileira de Literatura Comparada, foi por duas gestões representante dessa área do conhecimento no CNPq. Suas pesquisas, desde o Mestrado, na Universidade de São Paulo, situam-se no campo da Literatura Comparada, atuando no âmbito das literaturas de língua portuguesa. Foi um dos introdutores dos estudos das Literaturas Africanas no país. Publicou cerca de quarenta títulos de livros (livros de autoria individual, organização de coletâneas críticas e antologias), entre eles A escrita neo-realista (1981); História social da literatura portuguesa (1984); Tempos da Literatura Brasileira (1985); Literatura, história e política (1989); Fronteiras múltiplas, identidades plurais: um ensaio sobre mestiçagem e hibridismo cultural (2002); De vôos e ilhas: literatura e comunitarismos (2003); Literaturas de língua portuguesa: marcos e marcas - Portugal (2007). Entre as coletâneas que organizou ou co-organizou, podem ser mencionadas Ecos do Brasil: Eça de Queirós, leituras brasileiras e portuguesas (2000); Personae: grandes personagens da literatura brasileira (2001); Incertas relações: Brasil e Portugal no século XX (2003); Margens da cultura: mestiçagem, hibridismo & outras misturas (2004); Portos flutuantes: trânsitos ibero-afro-americanos (2004) e Moderno de nascença: figurações críticas do Brasil (2006).


Ivânia dos Santos Neves
Doutorado em Linguística, na área de Análise do Discurso pela Unicamp (2009). Mestrado em Antropologia pela Universidade Federal do Pará (2004). Licenciatura em Letras pela Universidade Federal do Pará (1992). Prêmio Jabuti 2000, na categoria didático. Experiências na área de Antropologia, Lingüística e Comunicação. Desenvolve pesquisas com sociedades indígenas Tupi e experimentações didáticas com as novas tecnologias da informação. Currículo e Foto: http://lattes.cnpq.br/2648132192179863




Durval Muniz de Albuquerque Júnior
Possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual da Paraíba (1982), mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas (1988) e doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (1994). Atualmente é colaborador da Universidade Federal de Pernambuco, professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Presidente da ANPUH - Associação Nacional de História. Tem experiência na área de História, com ênfase em Teoria e Filosofia da História, atuando principalmente nos seguintes temas: gênero, nordeste, masculinidade, identidade, cultura, biografia histórica e produção de subjetividade. Currículo e Foto: http://lattes.cnpq.br/7585947992338412



Francisco Foot Hardman
Concluiu o doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1986. Atualmente é Professor Titular da Universidade Estadual de Campinas, sendo docente do Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Coordena, desde 2007, a Comissão de Pesquisa do IEL. Foi escolhido como membro titular do Comitê Assessor de Letras e Linguística do CNPq (10/2009-09/2012). No exterior, foi professor visitante, hóspede acadêmico, pesquisador pós-doutoral ou colaborador nas seguintes instituições: Universidade da Califórnia-Berkeley, Universidade Livre de Berlim, Maison des Sciences de l'Homme, Collège International de Philosophie, Universidade de Roma La Sapienza, Universidade do Texas-Austin e Universidade da Califórnia-Davis. Desde 2006, é um dos pesquisadores principais do projeto temático "Escritas da Violência" (Fapesp) e está associado ao Grupo de Pesquisa "Escritas da Violência" (CNPq). Atua na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, Literatura e Outras Produções Culturais e Literatura Comparada. É membro do conselho editorial das revistas "Journal of Latin American Cultural Studies" (Londres), "Rivista di Studi Portughesi e Brasiliani" (Pisa-Roma), "O Olho da Historia" (Salvador) e "Crítica Marxista" (Campinas). Foi editorialista do jornal "Folha de S. Paulo" (1983-85) e colabora, desde 2004, no caderno "Aliás" de "O Estado de S. Paulo". Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Pré-Modernismo, Modernidade, Modernismo, Amazônia, Euclides da Cunha, Cultura Brasileira, Madeira-Mamoré, Romantismo, Socialismo, Anarquismo. Currículo: http://lattes.cnpq.br/6440727019240185 Foto: Rodrigo Cancela.



Ana Clara Guerra Marques
Bailarina e coreógrafa angolana, Ana Clara Guerra Marques, nasceu a 2 de Novembro de 1962, em Angola. Aos 8 anos, começou por aprender ballet clássico na Academia de Dança de Luanda e completou o curso de Professores de Dança, em 1978. Fica encarregada de dirigir a escola de dança no país, atividade que exerce juntamente com o de professora de dança. Em 1990, cursou na Escola Superior de Dança em Lisboa e, de 1992 a 1999, foi Diretora da Companhia de Dança Contemporânea, em Luanda. Em 1995, recebeu o prêmio Identidades da União de Artistas e Compositores. Atuou em espetáculos de dança, como A Propósito de Lueji , Imagem & Movimento , Mea Culpa e Uma Frase Qualquer . Pioneira na dança contemporânea em Angola, introduziu novas ideias e conceitos na execução da dança, mas sempre mantendo as características tradicionais e populares das danças angolanas. Para isso, a coreógrafa utiliza a dança como meio de crítica social sobre o mundo e sobre a vida. A sua atividade está também ligada a escritores, pintores e escultores, como Pepetela, Frederico Ningi, Jorge Gumbe, António Ole e Manuel Rui. Ana Clara Guerra. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-06-09]. Disponível na http://www.infopedia.pt/$ana-clara-guerra>. Foto: João Armando. Acesse também: http://www.cdcangola.com/ & http://www.tucokwe.org/


Leopoldo Bernucci
É professor do Departamento de Espanhol e Português da Universidade da Califórnia, em Davis, EUA. Sua área de atuação, como pesquisador, compreende as temáticas que envolvem estudos sobre literatura latino-americana moderna e colonial. Doutor pela Universidade de Michigan, Bernucci foi também professor visitante da Universidade de São Paulo. Entre suas publicações, destacam-se: “Os sertões, Euclides da Cunha” (2001); “A imitação dos sentidos: prógonos, contemporâneos e epígonos de Euclides da Cunha” (1995); “Historia de un malentendido: un estudio transtextual de La guerra del fin del mundo de Mario Vargas Llosa” (1989); "Justiça poética na épica latino-americana moderna." (2001); "Dante e Borges: imagens especulares e figurações do eu." (2002); "O prazer da influência: John Gay, Bertolt Brecht, Chico Buarque de Hollanda." (1994); "Unfulfilled Promises: Epic and Hagiography in Hernado Domínguez Camargo's Poema Heroico." (1998). Currículo e Foto: http://spanish.ucdavis.edu/people/bernucci


Aldrin Moura de Figueiredo
Graduado em História (UFPA, 1989), especialista em Antropologia Social (UFPA, 1993), e mestre e doutor em História (UNICAMP, 1996, 2001). Sua área de interesse procura conexões entre a história cultural, as artes visuais e o ensaio crítico. Atualmente dedicando-se ao estudo das artes plásticas e literárias na Amazônia nos séculos XIX e XX, memória e acervos da imigração estrangeira na Amazônia, diáspora cultural africana na Amazônia e a história social da intelectualidade amazônica (séculos XVIII-XX). Realizou curadorias e consultorias em diversos projetos com instituições brasileiras e estrangeiras. Atualmente coordena o programa de pós-graduação em História Social da Amazônia, da Faculdade de História da Universidade Federal do Pará. Currículo: http://lattes.cnpq.br/4671233730699231